Conheça 3 espécies de peixes invasores que ameaçam a pescaria quando batem na isca natural
Quando você decide ir pescar, seja em represas, lagoas ou rios, já tem em mente as espécies que pretende capturar, mas nem sempre está preparado para as espécies de peixes invasores que podem habitar o local. Muitos estados brasileiros já sofrem com a presença de espécies invasoras, porém há algumas delas que simplesmente estragam de vez com a pescaria.
Assisto muitos vídeos de pescaria por ai, no youtube, na tv, redes sociais, e o que posso afirmar é que por toda parte há aquelas espécies indesejáveis na pescaria. Eu entendo que para alguns pescadores isso pareça uma bobagem já que “peixe é peixe” como muitos dizem, porém atualmente os pescadores conhecem as espécies esportivas e viajam centenas ou milhares de quilômetros para capturá-las, sendo um pouco frustrante ser atrapalhado por alguma espécie que não deixe o peixe procurado nem chegar na sua isca.
Experiência própria
Quando morei no interior do Rio Grande do Sul, em Triunfo, me deparei com uma espécie de bagre muito peculiar, que batia em praticamente todo tipo de isca que eu utilizava: minhoca, lambari, rã, etc. Trata-se do Porrudo (Trachelyopterus lucenai), como era conhecido naquela região. Pelas minhas pesquisas, vi que esse peixe também é chamado de Morrudo e Roncador.
Segundo um guia da UFRGS, esse peixe é nativo da bacia do Rio Uruguai, logo é um peixe invasor no Rio Jacuí, que vem a ser o rio que eu pescava em Triunfo/RS. O fato é que ele apareceu, e simplesmente começou a competir com espécies nativas como a Piava, o Mandi, a Traíra entre outros. Quando o Porrudo batia nas minhas iscas, eu já sabia que só viria ele nas próximas linhadas, até eu trocar de ponto, bem longe dali.
Ameaça voraz
Quando pensamos em peixes carnívoros vorazes, logo pensamos nos tubarões da água salgada e nas piranhas na água doce, uma delas a Pygocentrus nattereri. Essa voracidade das piranhas é muito bem conhecida em diversas regiões do Brasil.
Nas pescarias que acompanho, no Pantanal, na Amazônia, no Sudeste ou aqui no Sul, esses peixes tem algo muito em comum: deixam os pescadores frustrados quando começam a bater em suas iscas. Principalmente na pesca de peixes de couro, onde as iscas naturais prevalecem, esses peixes atrapalham e muito qualquer pescaria. Muitos pescadores consideram as piranhas uma praga.
Aqui no RS, uma familiar da piranha, a Palometa (Serrasalmus maculatus) também nativa da Bacia do Rio Uruguai, começou a aparecer no Rio Jacuí, pertencente a Bacia da Laguna dos Patos, duas bacias sem nenhuma ligação. O peixe surgiu ha alguns anos em algumas cidades do centro do estado e já começou a causar impactos negativos, principalmente na pesca artesanal, devorando peixes presos em redes e espinhéis de pescadores locais, acabando com sua atividade econômica principal.
O rio Uruguai faz parte da bacia do rio da Prata, assim como os rios Paraná e Paraguai, e compartilha algumas espécies de peixes de água doce com o Pantanal do Mato Grosso, como por exemplo o Surubim, arraias de água doce, a Palometa e a Piranha. O rio Jacuí faz parte da bacia da laguna dos Patos e apresenta uma fauna de peixes de água doce marcadamente diferente daquela do rio Uruguai.
Considerações finais
Já ouvi relatos de pescadores e biólogos por toda parte, mencionando outros peixes invasores que podem representar certa ameaça aos nativos de qualquer bacia. Entre essas espécies estão o Bagre Africano, O Cabeça de Cobra (Snakehead), as Carpas e até mesmo as Tilápias.
Algumas dessas espécies surgem na piscicultura e acabam acidentalmente soltas na natureza, outras foram inseridas propositalmente, e até mesmo rompimentos de barragens e represas podem ocasionar na soltura irregular dessas espécies em rios. É de extrema importância estar atento a essas ocorrências para não ser surpreendido na sua próxima pescaria, principalmente com isca natural.
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