10 peixes que todo pescador deve preservar 5/5 (3)

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Estes peixes são muito importantes não só para a pesca mas para a fauna brasileira e devem ser preservados

Me diga, pescador, você sabe quais os peixes com maior necessidade de se preservar na fauna brasileira? Seja na água doce ou na água salgada, muitas espécias já possuem sua população muito abaixo do considerado normal, mas algumas delas estão em nível crítico. Outras espécies da lista simplesmente estão presentes em poucas regiões e se a sua pesca não for controlada, poderão em breve sumir do nosso ecossistema.

Para que isso não aconteça, é preciso que todos nós, pescadores, esportivos ou não, saibamos respeitar algumas dessas espécies para que talvez em um futuro próximo possamos ver as populações desses peixes magníficos crescendo novamente.

Confira abaixo uma lista com 10 peixes que todo pescador deve preservar sempre

  • Dourado
  • Cação-Viola
  • Tucunaré
  • Miraguaia
  • Piraíba
  • Mero
  • Piracanjuba
  • Peixe-Serra
  • Cação Anjo
  • Pirarara

1. Dourado

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O Dourado (Salminus brasiliensis) é o “Rei do Rio” e só por esse motivo já merece todo nosso respeito não é mesmo? Além de possuir extrema importância para a fauna brasileira, o Dourado é um peixe extremamente esportivo e pode ser explorado sem que o pescador tire sua vida.

Sua espécie é distribuída nas Bacias do Paraná, de São Francisco, do Rio Doce e do Paraíba do Sul (Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e no Sul de Goiás).

O Dourado habita águas rápidas, corredeiras e cachoeiras, assim como as margens de barrancos, bocas de corixos e galhadas no meio dos rios. Costuma nadar em cardumes. É um peixe carnívoro, alimentando-se de qualquer espécie de peixe, inclusive de pequenas aves, embora prefira lambaris e sardinhas. Necessita da correnteza dos rios para completar o seu ciclo reprodutivo, durante a Piracema.

2. Cação-Viola

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O Cação-Viola ou Raia Viola (Rhinobatos percellens) é um peixe extremamente sensível e sua pesca deve ser até mesmo evitada por pescadores esportivos. Pouco tempo fora da água pode ser suficiente para matá-lo. Este peixe, conhecido também por guitarra e raia-viola (em função de seu formato que lembra os instrumentos musicais). É tão manso que normalmente deixa-se tocar por mergulhadores, especialmente à noite, período em que está mais ativo.

Durante o dia costuma ficar “enterrado” enquanto descansa. Hoje esta espécie está ameaçada de extinção, sobretudo por ser capturada acidentalmente (ou não) pelas redes de arrasto de camarão. Tanto que a sua pesca é proibida.  O cação-viola enquadra-se no grupo dos elasmobrânquios (tubarões e raias), considerados peixes cartilaginosos. Tem cor que varia do bege ao marrom, com algumas pintas brancas.

Está presente no Oceano Atlântico, no Ocidental do Caribe ao Sudeste do Brasil, principalmente em águas costeiras, onde ficam em fundos de areia, lodo e cascalhos. Se alimentam de crustáceos e moluscos bentônicos (de fundo de oceano).

3. Tucunaré

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O Tucunaré (Cichla ocellaris) é um peixe de escamas, com corpo alongado e um pouco comprimido. Sua coloração e amarelada, com manchas pretas e verticais distribuídas regularmente pelo corpo. Todos os Tucunarés apresentam uma mancha redonda (ocelo) no pedúnculo caudal. É bastante rápido, agressivo, forte e até estúpido.

Sua característica violenta ao caçar a sua presa é o maior motivo para a sua preservação ser promovida por todos os pescadores. É esse potencial para promover a pesca esportiva que o fez o embaixador do esporte no país para pescadores de todo o planeta.

O Tucunaré habita açudes, represas, rios e tanques de piscicultura. É um peixe carnívoro, alimentando-se principalmente de peixes e camarões. Persegue a presa, ou seja, após iniciar o ataque, não desiste até conseguir capturá-la. Temos o dever de preservar um de nossos principais peixes esportivos.

4. Miraguaia

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A Miraguaia (Pogonias cromis) é um peixe de escamas que habita regiões costeiras. Vive sobre o fundo da areia, lodo ou cascalho, principalmente em áreas estuarinas próximas a rochas e em canais. Alimenta-se de moluscos, principalmente mariscos, crustáceos e peixes. Migra para águas mais quentes durante o inverno, época da reprodução, quando pode ser encontrada junto a costões rochosos.

É um peixe muito esportivo, corre e briga muito. Geralmente a carne é infestada de vermes, o que o torna comercialmente importante apenas em algumas regiões. Presente nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul (do Amapá ao Rio Grande do Sul). Mais comum nas regiões Sudeste e Sul.

Mesmo com características que fazem da Miraguaia um peixe não comercial, seus exemplares de maior tamanho, acima dos 60kg estão cada vez mais escassos.

5. Piraíba

piraíba

A Piraíba (Brachyplatystoma filamentosum) é o maior peixe de couro da Bacia Amazônica, podendo alcançar 3 m de comprimento e 150 Kg de peso. Possui corpo roliço, cabeça deprimida, com os olhos pequenos e situados no seu topo. Seus barbilhões maxilares são roliços e muito longos, cerca de duas vezes o tamanho do corpo, nos jovens, e cerca de 2/3 do corpo, no adulto.

O Piraíba habita calhas profundas dos grandes rios. É um peixe carnívoro, com tendências piscívoras, capturando outros peixes. Realiza a Piracema. É capaz de migrar 4 mil quilômetros para encontrar o local ideal para lançar seus ovos.

Por se tratar de um peixe muito pesado e brigador, merece ser preservada, já que sua carne não é apreciada, pois muitos acreditam que faz mal e transmite doenças.

6. Mero

mero

Conhecido popularmente como mero (Epinephelus itajara), mero-preto, canapu e canapuguaçu, este é um peixe que pertence à família dos serranídeos. Representa, juntamente com garoupas, chernes e badejos, uma das maiores espécies de peixes marinhos, podendo chegar a pesar de 250kg a mais de 400kg e medir até quase 3 metros. Sua pesca é uma das maiores satisfações que qualquer pescador de água salgada pode realizar pois o Mero é um brigador extremo e exige do pescador toda sua força, técnica e equipamentos pesados.

Estes peixes são extremamente suscetíveis à captura, por possuírem o hábito de agregar-se para a reprodução, comportamento destemido em relação ao ser humano e tamanho impressionante, que lhe valeram alto valor comercial e desportivo quando capturados por caçadores submarinos. Estas características, associadas a um longo período de geração, com taxa de crescimento populacional lenta e maturação sexual tardia, a partir dos 60kg, resultaram em sério risco de extinção da espécie, que não possui predador natural.

São encontrados em lajes, estuários e manguezais, bem como em naufrágios e até mesmo em plataformas, frequentando locais com fundo de pedra e grandes tocas e ocorrendo em todo o litoral brasileiro.

7. Piracanjuba

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O Piracanjuba (Brycon orbignyanus) é um peixe de escamas, com dorso castanho-escuro prateado, reflexos esverdeados e nadadeiras vermelhas, e uma significativa mancha negra, na base do pedúnculo caudal, que se estende até os raios caudais medianos. É um peixe de água doce de grande porte (a fêmea chega a atingir 80 cm de comprimento e cerca de 8 Kg e o macho 68 cm e quase 4 Kg ). Sua carne é bastante apreciada.

Sua espécie é distribuída no Mato Grosso do Sul, em São Paulo, em Minas Gerais, no Paraná e no Sul de Goiás. A Piracanjuba habita águas claras, canais de rios, nas áreas próximas às margens, em locais de corredeiras e, principalmente, em locais onde as árvores costumam se deitar.

É um peixe omnívoro, alimentando-se de frutos, pequenos peixes e insetos. Sua pesca pode ser realizada com iscas imitando pequenos frutos, pequenos vermes, etc. É um peixe brasileiro ameaçado de extinção e precisa ser preservado com urgência. Ajude a preservar estes peixes.

8. Peixe-Serra

peixe-serra

O peixe-serra (Pristis pectinata) de dentes pequenos é uma espécie de peixe-serra da família Pristidae. Pode ser encontrada em águas rasas tropicais e subtropicais em partes costeiras e estuários do Atlântico.

São animais noturnos, dormem durante o dia e vão à procura de alimento durante a noite. A sua “serra” é utilizada na caça de seus alimentos, sendo sua dieta constituída, basicamente, por crustáceos, moluscos, peixes pequenos ou médios. Seu rosto funciona de modo semelhante a uma pá, desenterrando alimentos do fundo do mar, ou também, como uma espada, para atordoar o matar as presas.

Estes animais vivem em torno de 25 a 20 anos e atingem a idade adulta aos 10 anos, sendo que não iniciam a reprodução antes de atingirem de 3,5 a 4 metros de comprimento, aumentando a importância de sua preservação. Assim como os seus parentes, são peixes ovíparos, dão à luz a mais de 20 filhotes já completamente formados, inclusive armados com uma pequena serra.

9. Cação Anjo

cação anjo

O cação anjo (Squatina guggenheim) vive em águas rasas, em mares temperados e tropicais. Existem 12 espécies. Ele nada movendo a cauda, que funciona como se fosse um remo de popa. Ele é uma criatura do fundo das águas e se esconde na areia, à espera da presa.

Alimenta-se de linguados, moluscos e crustáceos. Suas maxilas são particularmente bem adaptadas para triturar crustáceos e moluscos de concha. Os filhotes nascem vivos. Em junho, a fêmea dá à luz ninhadas de até 25 peixinhos.

Apesar de ser um tubarão, o homem nada tem a temer desse “monstro”. Ele, sim, é que tem muito a temer do homem. A pele dele, seca, tem sido usada para ornamentação, para o polimento de objetos de madeira e mesmo como medicamento.

10. Pirarara

pirarara

O Pirarara (Phractocephalus hemeliopterus) é um peixe de couro, de corpo robusto. Sua cabeça é ossificada, achatada e grande, apresentando um forte contra-sombreado, assim como as nadadeiras adiposa, dorsal e anal de cor alaranjada brilhante.

Apresenta coloração do corpo cinza-escura, com uma faixa longitudinal branco-amarelada, ao longo dos flancos, indo da cabeça à nadadeira caudal. Pode chegar aos 50 kg e alcançar 1,3 m do focinho à separação dos dois lobos da nadadeira caudal.

O Pirarara habita poços e canais dos médios e grandes rios. É um peixe omnívoro, alimentando-se de crustáceos, peixes e frutos. Sua espécie é distribuída nas Bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins. Infelizmente a Pirarara já sofre com a pesca predatória em sua região. É um peixe de alto potencial esportivo e gera interesse de pescadores do mundo todo. Mais um motivo para que todos os pescadores tentem preservar estes peixes.

Conclusão

Preservar peixes não é tão difícil quando vivemos em um país com tanta capacidade e potencial para a pesca esportiva. Gostou da nossa lista de peixes que todo pescador deve preservar? Você lembrou de algum peixe importante que merece preservação urgente e ele não consta em nossa lista? Então deixe sua opinião nos comentários. Aproveite e siga Pescaria S/A no Facebook e fique atualizado sobre nosso conteúdo. Obrigado por visitar o Blog Pescaria S/A. Boa pescaria!

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2 comentários em “10 peixes que todo pescador deve preservar”

  1. Boa matéria. Como sempre a destruição parte de nós humanos. Temos muito que aprender com a natureza.

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