Dicionário do pescador: 100+ termos usados por pescadores brasileiros 5/5 (1)

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Uma viagem pelo dialeto da pesca no Brasil

Explore o dicionário do pescador e mergulhe nos termos usados na pesca brasileira, uma jornada cultural e técnica pela pesca no Brasil.

A pesca, uma atividade milenar praticada em todo o mundo, tem no Brasil uma rica diversidade de técnicas, ambientes e espécies, tornando-a não apenas um hobby, mas uma verdadeira paixão nacional.

Este artigo com o dicionário do pescador é um mergulho profundo no vocabulário específico dos pescadores brasileiros, decifrando termos e expressões que coloram essa prática tão enraizada em nossa cultura.


O que torna a pesca no Brasil única?

A pesca brasileira é marcada por uma vasta biodiversidade aquática, que vai dos rios amazônicos aos lagos do Sul. Cada região possui suas peculiaridades, técnicas e, claro, seu próprio “dialeto” de pesca. Entender esses termos não é apenas uma questão de enriquecer o vocabulário, mas de se conectar mais profundamente com a arte da pesca.


100+ termos, gírias ou palavras usadas pelos pescadores brasileiros

  1. Anti enrosco: quando uma isca possui cavidade para acomodar a ponta do anzol, evitando que prenda nas estruturas e vegetações
  2. Apoitado ou poita: ancorar pequenos barcos
  3. Argolado: mesmo que sapateiro ou dedão, pescador que não pegou peixe
  4. Azulão: Tucunaré azul de grande porte
  5. Barranca: margem do rio onde se acampa para pescar
  6. Bater isca: quando o pescador decide dar investidas na pesca com iscas artificiais
  7. Batida: quando um peixe ataca a isca
  8. Biguá: pescador que não dispensa nenhum peixe na pescaria.
  9. Bitelo ou bitela: peixe grande, robusto
  10. Boga: alicate que serve para pegar o peixe sem risco de engatar anzol ou isca na mão. também chamado de alicate de contenção ou pega peixe
  11. Boia louca: equipamento de pesca formado por uma boia ou pedaço de isopor ou garrafa com um pedaço de linha e anzol. essa boia louca é solta a deriva no lago ou rio e revisada regularmente.
  12. Boiado: quando o peixe ou cardume está na superfície parado sem fazer nada
  13. Bote: mesmo que batida, quando o peixe ataca a isca
  14. Bruto: peixe grande e brigador
  15. Cabeleira: quando a linha da carretilha ou molinete se embola toda cheia de nós
  16. Cangapé: salto do peixe, pirueta no ar, comum em peixes como tarpons, marlins, tucunarés, dourados, black bass e traíras. termo comum no Rio Grande do Norte
  17. Caniço: vara de pesca simples de bambu ou taquara
  18. Carnívoros: peixes que se alimentam de carne, frango, pequenos peixes, rãs e sapos, etc
  19. Carretilha: Na carretilha, o carretel está posicionado perpendicularmente à vara, girando tanto no arremesso quanto no recolhimento. Esse método exige que o pescador pratique e aprimore suas habilidades, especialmente no arremesso, para evitar a formação de cabeleiras (linhas emaranhadas). Além disso, sempre que o peso do arremesso é alterado, é necessário ajustar a regulagem da carretilha.
  20. Cevar: jogar algum tipo de comida, ração ou alimento sempre em um mesmo local para acostumar os peixes a se alimentarem ali
  21. Chasquear: fisgar o peixe
  22. Chicote: utensílio com linha mais grossa ou trançada com pernadas para um ou mais anzóis e chumbada.
  23. Chumbada: peso utilizado na linha para arremessar a isca, geralmente feito de chumbo.
  24. Comedor de isca: peixe geralmente pequeno e de baixo interesse na pescaria que come a isca antes do peixe alvo encontrá-la
  25. Corrico: pesca embarcada com o barco em movimento lento com a isca a uma certa distância do barco
  26. Costão: local no litoral formado por rochas ou pedras no litoral
  27. Criaturas: iscas soft em formatos de vermes ou outros animais como salamandras, lagostins e camaróes
  28. Dar linha: liberar a trava da carretilha ou molinete e deixar o peixe tentar fugir. Recurso utilizado para evitar que a força do peixe rebente a linha.
  29. Dedão: o pescador que não pegou nada
  30. Dedo atolado: mesmo que dedão e sapateiro, quando o pescador não pega nenhum peixe ou ainda não pegou.
  31. Embodocar: envergar a vara com a força do peixe
  32. Empate: reforço de arame, cabo de aço ou linha mais grossa colocado na ponta da linha para o peixe não cortar a linha com os dentes
  33. Encastoado: mesmo que empate, reforço de arame, cabo de aço ou linha mais grossa colocado na ponta da linha para o peixe não cortar a linha com os dentes
  34. Encharutou: quando o peixe acomodou a isca inteira dentro da boca
  35. Enrosco: mesmo que estrutura ou tranqueira
  36. Escapou: quando o peixe se solta do anzol
  37. Espinhel: linha longa com muitos anzóis fixada no rio de forma submersa para pesca de espera.
  38. Está ferrado: quando o peixe está fisgado ou preso no anzol
  39. Estouro: quando o peixe ataca uma isca de superfície fazendo grande estrondo na água
  40. Estrutura: pedras, galhos, troncos, aguapés que estão no ambiente onde se pesca
  41. Ferrada: ato de fisgar o peixe
  42. Flash: mesmo que cabeleira, quando a linha da carretilha ou molinete se embola toda cheia de nós
  43. Floating: isca que flutua
  44. Frito: peixe frito
  45. Frog: Frog é um tipo de isca de borracha imitando um sapo ou rã e usada na pesca de superfície
  46. Galhada: quando o anzol tranca na vegetação do ponto de pesca
  47. Garatéia: anzol triplo, como 3 anzóis unidos.
  48. Igarapé: rios pequenos que se ligam aos rios maiores. termo usado na Amazônia
  49. Isca soft: isca feita de silicone ou plastisol imitando vermes, crustáceos e outras criaturas
  50. Iscólatra: pescador completamente viciado em iscas artificiais
  51. Jabileca: gíria do Rio grande do Sul para se referir a uma traíra pequena
  52. Jig: Um jig é um tipo de isca artificial usada na pesca, caracterizada por seu peso principal estar fixado na parte inferior e por possuir um anzol que geralmente é adornado com materiais como pelo, penas, plástico, ou um material sintético macio e colorido para simular um peixe ou outro tipo de presa.
  53. Lambarizeiro: anzol pequeno que serve para pescar lambaris e outros peixes de pequeno porte
  54. Líder: linha mais reforçada usada na ponta da linha principal onde fixa o anzol ou isca, geralmente feita de fluorcarbono para não aparecer na água.
  55. Mamando: quando o peixe fica só beliscando de leve a isca sem se fisgar
  56. Manhoso: quando o peixe está com receio de comer a isca ou sem atividade de caça
  57. Matadeira: isca eficaz que não deixa o peixe escapar
  58. Memória da linha: quando a linha fica muito tempo parada no carretel ou carretilha e fica toda encaracolada
  59. Molinete: No molinete, o eixo do carretel que armazena a linha é paralelo à vara de pesca e não gira durante o arremesso ou recolhimento. O carretel só se move quando os peixes puxam a linha com força, ativando o sistema de freio ou fricção, o que faz o carretel girar e liberar mais linha.
  60. Monofilamento: linha geralmente feita de nylon ou fluorcarbo
  61. Multifilamento: linha de pesca feita por vários fios, 4x, 8x, 12x
  62. Munaio ou munaia: peixe de porta grande no Rio Grande do Sul
  63. O bambu vai gemer: quando o pescador fisga um peixe grande com um caniço de bambu ou vara fina.
  64. Passador: O passador da vara de pesca, também conhecido como guia ou anel, é um componente crítico que direciona a linha de pesca ao longo do comprimento da vara. Eles são pequenos anéis, geralmente feitos de metal resistente à corrosão e inseridos com cerâmica ou outro material de baixo atrito, fixados em intervalos ao longo da vara. Sua principal função é minimizar o atrito da linha durante o arremesso e o recolhimento, permitindo lançamentos mais longos e suaves, além de ajudar na distribuição uniforme da tensão exercida pelo peixe na linha.
  65. Passaguá: rede ou coador usado para retirar o peixe da água em segurança
  66. Pé frio: azar na pescaria
  67. Pé quente: sorte na pescaria
  68. Pegadeira: isca boa
  69. Pernada: pedaços de linha grossa ou trançada que fazem parte do chicote onde são colocados os anzóis. um chicote pode ser de 1, 2, 3 ou mais pernadas.
  70. Pescador de mamaco: pescador que lança a isca muitas vezes na galhada ou na árvora
  71. Pescador ou pescaria nutella: o contrário da raiz, diz-se do pescador ou pescaria moderna, com equipamentos tecnológicos, conforto e geralmente se devolve os peixes pra vida.
  72. Pescador raiz ou pescaria raiz: pescador ou tipo de pescaria a moda antiga, onde se pesca com vara simples, isca natural, se come o peixe e se acampa sem mordomias.
  73. Pescaria de espera: pesca em que a isca é lançada, a vara fica apoiada esperando o peixe encontrar a isca.
  74. Piloteiro: Guia que leva o barco nos pontos de pesca
  75. Pindocar: trabalho com a isca que consiste em deixar a mesma bem no fundo do lago ou rio e ficar dando pequenas puxadas pra cima e deixando cair novamente.
  76. Plug: isca sólida feita de plástico ou madeira imitando pequenos peixes
  77. Pontinho: local famoso ou local preferido de um pescador
  78. Poço: local mais fundo na praia de mar ou no rio onde podem estar os peixes
  79. Pré-histótico: mesmo que vovô ou vovó, quando o peixe é muito grande e tem aparência de ser bem velho
  80. Predador: pescador que leva embora qualquer peixe, independentemente do tamanho e mesmo que esse peixe tenha risco de extinção. Diz-se do pescador que pratica pesca predatória, com uso de redes, tarrafas ou espinhéis.
  81. Rebojo: movimento na água provocado pelo peixe caçando ou atacando a isca geralmente próximo a superfície
  82. Refugou: quando o peixe vem até a isca mas desiste
  83. Salsicheiro ou linguiçeiro: nome pejorativo dado ao pescador que só usa salsicha, linguiça, carne e ou tros miúdos ou embutiros como isca.
  84. Sapateiro: o pescador que terminou a pescaria sem pegar nenhum peixe
  85. Secretária: cano ou suporte para apoiar a vara de pesca na pescaria de espera
  86. Shad: iscas soft no formato de peixes
  87. Snap: acessório metálico que prende a linha ao anzol ou isca.
  88. Só no beiço: quando a isca ou anzol prendeu em uma pele ou beirada da boca do peixe e há risco de escapar
  89. Spinner ou spinnerbait: O spinnerbait é uma isca de pesca única e altamente eficaz, conhecida por sua estrutura em forma de “V” ou de guarda-chuva, na qual um ou mais lâminas metálicas giratórias, chamadas de “spinners”, estão fixadas em um dos lados. Essas lâminas giram em torno do eixo quando a isca é recolhida através da água, criando vibrações e reflexos que imitam os movimentos de pequenos peixes ou outros organismos aquáticos que servem de presa para os peixes predadores.
  90. Tá na corda: mesmo que “está ferrado”, quando o peixe está fisgado ou preso no anzol
  91. Tirou o dedo: momento que o pescador pegou o seu primeiro peixe na pescaria
  92. Toco: peixe grande ou piada de humor sobre trancar o anzol em algum objeto na água
  93. Tomar linha: quando o peixe vai para o fundo ou longe aumentando a distância de linha entre ele e o pescador
  94. Trabalhar o peixe: lutar com o peixe, hora dando linha, hora recolhendo até cansá-lo
  95. Tralha: material de pesca
  96. Tranqueira: quando o anzol tranca em galhos ou outros objetos na água
  97. Trick: peixe pequeno. Termo geralmente usado para black bass ou Robalo
  98. Vai pra vida: devolver o peixe após a captura
  99. Vovó ou vovô: quando o peixe é muito grande e tem aparência de ser bem velho
  100. Zarar: trabalho em zigue- zague que algumas iscas fazem
  101. Zara: tipo de isca que trabalha em zigue zague. Surgiu nos Estados Unidos.

Conclusão

A pesca no Brasil é um mosaico de culturas, técnicas e termos. Dominar o “dicionário do pescador” é abrir a porta para uma experiência mais rica e integrada com a natureza. Este guia é apenas o começo de uma jornada fascinante pelo mundo da pesca esportiva brasileira, onde cada saída é uma nova história e cada termo aprendido é um passo a mais na arte de pescar.

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