Peixe Bodó ou Cascudo (Hypostomus plecostomus): tudo sobre essa espécie Ainda sem avaliações.

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Descubra as curiosidades, habitat, alimentação, importância ecológica e como criar o peixe bodó ou cascudo em aquários e lagos ornamentais

O peixe bodó, também conhecido como cascudo ou acari, é um dos peixes de água doce mais populares do Brasil, seja no ambiente natural ou em aquários. De nome científico Hypostomus plecostomus, essa espécie pertence à família Loricariidae, uma das mais numerosas da ordem dos Siluriformes. Seu corpo é recoberto por placas ósseas, o que o torna facilmente reconhecível, além de apresentar uma boca em forma de ventosa, adaptada para se fixar em superfícies e se alimentar de algas.

Apesar de ser comum em rios e lagos, o cascudo também é amplamente criado em cativeiro, principalmente como peixe ornamental ou auxiliar na limpeza de aquários. Mas suas funções vão muito além disso. O bodó é um exemplo de resistência, adaptabilidade e importância ecológica. É amplamente distribuído em várias bacias hidrográficas brasileiras e tem um papel fundamental no equilíbrio ecológico dos ecossistemas aquáticos.

Conhecer melhor esse peixe é entender não apenas sua biologia, mas também seu comportamento, sua importância para o meio ambiente e os cuidados essenciais para mantê-lo saudável em ambientes controlados. Neste artigo, você verá tudo o que precisa saber sobre o cascudo ou bodó, em uma abordagem profunda, clara e atualizada.


Origem e distribuição do peixe cascudo

O Hypostomus plecostomus é nativo da América do Sul e possui ampla distribuição nos rios do Brasil, especialmente nas bacias Amazônica, Tocantins-Araguaia, São Francisco, Paraguai e Paraná. No entanto, devido à sua resistência e facilidade de adaptação, foi introduzido em diversas outras regiões do mundo, como Estados Unidos, México, Filipinas e alguns países africanos e asiáticos.

Essa introdução, muitas vezes feita de maneira desordenada, causou desequilíbrios em ecossistemas locais, já que o cascudo pode competir por alimento com espécies nativas e, por ser onívoro, pode consumir matéria orgânica em excesso, impactando cadeias alimentares. Por isso, embora seja valorizado em aquarismo, há cuidados importantes a serem considerados quanto à sua liberação em ambientes naturais fora de sua área nativa.


Características físicas e comportamentais

O cascudo é um peixe de aparência robusta. Seu corpo é alongado, revestido por placas ósseas que funcionam como um tipo de armadura natural, conferindo proteção contra predadores. Uma de suas marcas mais notáveis é a boca em formato de ventosa, que ele usa para se fixar em troncos, pedras e vidros de aquários.

Pode atingir tamanhos entre 20 e 50 cm, dependendo da espécie e das condições ambientais. Sua coloração varia do marrom escuro ao cinza, com manchas escuras espalhadas pelo corpo, o que o ajuda a se camuflar em fundos de rios e lagos. Em cativeiro, costuma apresentar comportamento tranquilo, embora territorial em relação a outros cascudos.

Além disso, é um peixe que prefere locais com pouca luminosidade, frequentemente se escondendo durante o dia. Ele é mais ativo durante a noite, momento em que sai para se alimentar. Essa característica o classifica como um peixe noturno, algo importante a considerar na hora de montar um aquário.


Alimentação e hábitos alimentares

A dieta do cascudo é bastante variada, o que contribui para sua ampla distribuição e adaptabilidade. Naturalmente, ele se alimenta principalmente de algas, detritos orgânicos, restos de plantas e pequenos organismos aquáticos. Em aquários, costuma ser utilizado para ajudar na limpeza do vidro e dos ornamentos, já que consome as algas que ali se acumulam.

Apesar de sua fama de “faxineiro dos aquários”, é um erro pensar que ele pode sobreviver apenas com as sobras. Um cascudo saudável precisa de uma dieta balanceada que inclua vegetais frescos, como abobrinha, pepino, folhas de alface, além de rações específicas para peixes de fundo. Alimentos ricos em celulose e fibras são fundamentais para a manutenção da saúde intestinal e do sistema digestivo desse peixe.

A alimentação deve ser feita preferencialmente no período noturno, respeitando seu ritmo biológico. Também é essencial garantir que a comida chegue até o fundo do aquário, pois o cascudo não compete com peixes de meia água ou superfície.


Reprodução e ciclo de vida

A reprodução do cascudo em cativeiro não é tão comum quanto em ambientes naturais, principalmente porque ele exige condições específicas para o acasalamento. No habitat natural, o macho cava buracos na margem dos rios ou se esconde em troncos ocos para atrair a fêmea. Após o acasalamento, ele assume a responsabilidade de proteger os ovos, demonstrando comportamento territorial e protetor.

O período de incubação dos ovos pode variar entre 4 e 10 dias, dependendo da temperatura da água. Os filhotes nascem já com a forma do adulto em miniatura, mas são extremamente vulneráveis nos primeiros dias. Uma curiosidade é que a maturidade sexual pode demorar, com alguns exemplares só atingindo essa fase aos 2 ou 3 anos de vida.

Em aquários, a reprodução é rara, mas pode ocorrer em tanques maiores, com locais de refúgio e mudanças sazonais simuladas (temperatura, luz e qualidade da água). O sucesso reprodutivo em cativeiro ainda é um desafio para muitos aquaristas.


Importância ecológica e riscos da introdução inadequada

O cascudo desempenha um papel importante nos ecossistemas aquáticos como controlador natural de algas e consumidor de matéria orgânica em decomposição. Essa função auxilia na manutenção da qualidade da água e na prevenção da proliferação de micro-organismos nocivos.

Entretanto, quando introduzido em ambientes fora de sua origem, ele pode causar impactos ambientais severos. Em algumas regiões do Brasil e do mundo, há registros de superpopulações que competem com peixes nativos, causam erosão em margens de rios por cavarem buracos e alteram o equilíbrio ecológico local.

Esse desequilíbrio é ainda mais agravado pela ausência de predadores naturais nesses novos ambientes. Por isso, é fundamental conscientizar os criadores e aquaristas sobre os riscos de soltar o cascudo na natureza, além da importância de manter boas práticas de manejo em aquários e tanques ornamentais.


Cuidados para criar cascudos em aquários

Para quem deseja manter um bodó ou cascudo em aquário, é preciso ter atenção a alguns cuidados específicos. Em primeiro lugar, o aquário deve ter espaço suficiente — recomenda-se pelo menos 100 litros para exemplares adultos. A filtragem da água deve ser eficiente, já que esse peixe produz uma quantidade significativa de resíduos.

Tudo sobre o peixe cascudo (bodó): habitat, alimentação, reprodução, cuidados em aquário e sua importância ecológica nos ecossistemas.

A decoração do aquário também deve contar com esconderijos, como troncos, pedras e tubos de PVC, que simulam as condições naturais de refúgio. A iluminação deve ser moderada, respeitando o hábito noturno da espécie, e o pH da água deve estar entre 6,5 e 7,5, com temperatura entre 24 °C e 30 °C.

Outro ponto importante é a convivência com outros peixes. O cascudo é pacífico com a maioria das espécies, desde que tenha seu território respeitado. Porém, não é recomendável manter mais de um exemplar em espaços pequenos, pois podem se tornar agressivos entre si.


Conclusão

O peixe bodó ou cascudo, além de curioso em sua aparência e comportamento, é um verdadeiro aliado dos aquaristas e um importante componente dos ecossistemas aquáticos brasileiros. Sua resistência, adaptabilidade e função ecológica tornam essa espécie fascinante tanto para os que apreciam a aquariofilia quanto para pesquisadores e ambientalistas.

Entretanto, é preciso responsabilidade em sua criação e manejo. A introdução inadequada em ambientes naturais pode causar danos irreversíveis à biodiversidade local. Portanto, conhecer profundamente o cascudo é o primeiro passo para promover sua conservação e garantir que seu papel ecológico continue a ser desempenhado de forma equilibrada.

Criar um ambiente ideal, oferecer uma alimentação balanceada e respeitar seus hábitos naturais são atitudes essenciais para manter o bem-estar da espécie em cativeiro. Assim, além de um peixe funcional, o cascudo se transforma também em uma presença estética e interessante dentro de qualquer aquário bem estruturado.

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