Encontrada nos rios e mares brasileiros, a Arraia pode medir de 15cm a 7 metros e pode viver até 18 anos
A Arraia ou Raia é um peixe bentônico e carnívoro que pode habitar tanto os rios quanto os mares brasileiros. Boa parte das Arraias possuem seu corpo em formato de disco, podendo ter algumas exceções que vamos conhecer nesse artigo. As Arraias também são equipadas com ferrões em suas caudas, que são venenosos e podem causar muita dor e até infecções.
No Brasil, as Arraias podem ser encontradas ao longo de toda a costa litorânea brasileira, variando de espécie. Também há espécies de Arraia de água doce na Bacia Amazônica, na Bacia do Prata e Bacia do Paraná.
A Arraia é um peixe Bentônico, ou seja, vive no fundo do rio ou do mar. Essa característica é o motivo de tantos acidentes com Arraias envolvendo os humanos. Em sua maioria, esses acidentes ocorrem quando um humano pisa em cima ou muito próximo da Arraia fazendo com que ela se defenda com a cauda equipada com um poderoso ferrão venenoso.
Fatalidades são raras em acidentes com Arraias, entretanto é um acidente muito dolorido, então evite isso. Embora o veneno da arraia possa causar sérios danos, a parte mais destrutiva do mecanismo do aguilhão são as farpas no espinho.
Espécies de Arraia ou Raia de água doce do Brasil
1. Arraia Pintada ou Arraia de Fogo (Potamotrygon motoro) e (Potamotrygon falkneri)
As arraias pintadas (Potamotrygon motoro) e (Potamotrygon falkneri) ocorreram em simpatria (quando elas ocorrem na mesma área geográfica e assim, regularmente encontram-se uma com a outra) no Rio Paraguai, Baixo e Médio Paraná, e pertencem a distintos grupos ecomorfológicos. A construção de uma hidrelétrica em Itaipu, em 1982, facilitou a invasão do Alto Rio Paraná por ambas as espécies com consequências ecológicas imprevisíveis. Fonte: Repositório Institucional UNESP
Potamotrygon motoro foi avaliado mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2005. Potamotrygon motoro está listado como Data Deficiente. Fonte: IUCN.
Potamotrygon falkneri reticulada foi avaliada mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2004. Potamotrygon falkneri está listado como Deficiente de Dados. Fonte: IUCN.
2. Arraia Cururu (Potamotrygon wallacei)
Presente no Rio Amazonas e Rio Negro, a Arraia Cururu (Potamotrygon wallacei) possui maior procura para fins ornamentais, apesar de poder ser fonte de alimento em algumas localidades. O tamanho máximo para captura e comercialização desta espécie é de 14 cm. Esse peixe pode medir até 31cm e viver até 18 anos. A média de vida da Arraia cururu em ambiente ornamental baixa drasticamente para 2 anos.
A Potamotrygon wallacei “cururu” é uma espécie exclusivamente dulcícola que habita ambientes com baixa concentração de sais, sofre o efeito da variação anual do nível do rio, principalmente para configurar a estação reprodutiva e acessar o alimento. Fonte: Universidade Federal do Amazonas.
Não há informação sobre risco de extinção na IUCN.
3. Arraia Negra (Potamotrygon leopoldi)
A Arraia Negra (Potamotrygon leopoldi) do Rio Xingú e pode medir até 111cm podendo pesar até 17kg. Fonte: Fishbase. Vive enterrada na areia durante o dia e caçando invertebrados durante a noite. Essa espécie de Arraia tem como habitat partes rasas de rios e, durante a enchente, de lagos de terra firme e florestas alagadas.
São carnívoros e se alimentam principalmente e caramujos, insetos e peixes. Como a maioria das arraias, possuem dois esporões cobertos por uma mucosa toxica na cauda que somente são utilizados para defesa, provocando também acidentes com humanos.
Potamotrygon leopoldi foi avaliado mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2003. Potamotrygon leopoldi é listado como Deficiente de Dados. Fonte: IUCN.
Espécies de Arraia ou Raia de água salgada do Brasil
1. Arraia Elétrica, Torpedo (Narcine brasilienses)
A Arraia Elétrica ou Arraia Torpedo (Narcine brasilienses) é um peixe que vive na costa brasileira do espírito Santo até o norte da Argentina, passando por todos os estados do Sul do Brasil.
Vive em águas rasas de 10 a 20 m de profundidade durante os meses de verão e outono, dispersando-se para águas mais profundas durante o inverno. Enterra-se apenas com olhos salientes. Amadurece aos 27cm e pode atingir cerca de 45cm. É chamada de Arraia ou Raia Elétrica pois pode descarregar entre 14 e 37 volts.
O contato com a pele pode produzir um choque elétrico severo. Além do principal órgão elétrico, esta espécie possui um órgão elétrico bilateral acessório especulado para ter um possível papel na comunicação social. Relatou-se gosto bom, mas não pescado comercialmente. É pescada apenas para subsistência ou para aquarismo. Fonte: Fishbase.
A Narcine brasiliensis foi avaliada mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2019. A Narcine brasiliensis está listada como Near Threatened (quase ameaçada) sob os critérios A2d. Fonte: IUCN.
2. Arraia ou Raia Parda (Atlantoraja platana)
A Arraia Parda ou raia Parda (Atlantoraja platana) uma espécie de peixe da família Arhynchobatidae. Vive na costa do Brasil, Uruguai e Argentina em profundidades que variam de 19 a 181 metros.
Seu comprimento total é de cerca de 60 centímetros. Os machos atingem a maturidade quando 86% do comprimento total, o que significa cerca de 47 a 53 centímetros. As fêmeas atingem a maturidade em 94% do comprimento total, 45 a 50 centímetros.
É ovipara, coloca cápsulas de ovos oblongos com cantos com chifres. Alimenta peixes pequenos, crustáceos penaeid e cefalópodes. É relativamente raro com a tendência populacional diminuindo, sendo a maior ameaça a pesca, embora seja principalmente um bycatch (peixe pescado acidentalmente). Fonte: Wikipedia (En)
Atlantoraja platana foi mais recentemente avaliada para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2019. Atlantoraja platana está listada como Ameaçada sob critérios A2bd. Fonte IUCN.
3. Arraia Santa ou Raia Santa (Rioraja agassizi)
A Arraia Santa (Rioraja agassizi) é uma espécie costeira encontrada na areia, lama ou fundo de cascalho dos mares do Espírito Santo (Brasil) à Argentina. Alimenta-se de crustáceos, moluscos e peixes. É mais uma espécie de Arraia ovípara. Os ovos têm projeções semelhantes a chifres na casca. Fonte: Fishbase.
Rioraja agassizii foi mais recentemente avaliada para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2019. Rioraja agassizii é listada como Vulnerável sob critérios A2bd. Fonte: IUCN.
4. Arraia Beiço de Boi ou Raia Beiço de Boi (Rhinoptera brasilienses)
A Arraia Beiço de Boi (Rhinoptera brasilienses) vive no Oceano Atlântico do Golfo do México ao sul do Brasil. Uma espécie bentopelagica encontrada em terra sobre fundo arenoso de perto da costa a cerca de 20 metros de profundidade. Alimenta-se principalmente de moluscos. Essa espécie de Arraia pode medir até 104cm (macho) e chega à maturidade com aproximadamente 78cm. Fonte: Fishbase.
Rhinoptera brasiliensis foi avaliado mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2019. A Rhinoptera brasiliensis está listada como Vulnerável sob critérios A2bd. Fonte: IUCN.
5. Arraia Viola (Pseudobatos horkelii) e (Pseudobatos percellens)
A Arraia Viola (Pseudobatos horkelii) e (Pseudobatos percellens) podem ser encontradas em águas brasileiras. A espécie (Pseudobatos horkelii) do Rio de Janeiro à Argentina e a espécia (Pseudobatos percellens) do Caribe à Argentina, podendo ser encontrada em toda a costa litorânea brasileira.
Pseudobatos horkelii
As narinas são mais longas, a coroa é plana transversalmente ou mesmo ligeiramente convexa, as tubérculos na linha mediana são maiores, espinhos como, numerosos. A origem do primeiro dorsal é posterior às pontas das aletas pélvicas, igual à base do primeiro dorsal. Uniforme superior de alta superfície cinza-oliva ou chocolate marrom, sem marcas pálidas ou escuras. Focinho com um patch de fulimento oval.
Encontrado da costa até a borda continental. Alimenta-se de crustáceos, cefalópodes, polichaetes e peixes pequenos. Fonte: Fishbase.
Pseudobatos horkelii foi avaliado mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2019. Pseudobatos horkelii está listado como Criticamente Ameaçado sob os critérios A2bd. Fonte: IUCN.
Pseudobatos percellens
Narinas mais curtas, sem tubercles aumentadas na ponta do focinho. Cinza-oliva, marrom avermelhado ou marrom de chocolate. Área translúcida pálida em ambos os lados dos cumes rostral. Manchas marrons mais escuras ou manchas nas laterais. Superfície inferior amarelada, acinzentada ou branca escura, ponta do focinho com uma mancha de fulimento mais ou menos visível. Encontrado em fundo raso e macio. Fonte: Fishbase.
Pseudobatos percellens foi avaliado mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2020. Pseudobatos percellens é listado como Ameaçado de Extinção sob critérios A2cd. Fonte: IUCN.
Arraia Manta ou Raia Manta ou Arraia Jamanta (Mobula birostris)
A espécie Manta birostris ou Mobula birostris, vedete dos mergulhadores da Laje de Santos e também do mundo inteiro, conhecida como raia jamanta ou manta gigante, é a maior espécie de raia do mundo, podendo chegar a impressionantes 7 metros e até 1800kg, e foi descrita em 1792 pelo ictiólogo alemão Johann Julius Walbaum. Fonte: Mantas do Brasil.
Vive principalmente em águas próximas à costa, perto de corais e recifes rochosos; às vezes encontrado sobre águas profundas. Principalmente alimentadores de plâncton, mas podem se alimentar de peixes pequenos e de tamanho moderado também. Salta para fora da água principalmente na primavera e no outono, possivelmente como parte do comportamento de acasalamento. Fonte: Fishbase.
Mobula birostris foi avaliado mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2019. Mobula birostris é listado como Ameaçado de Extinção sob os critérios A2bcd+3d. Fonte: IUCN.
Considerações finais
Embora a Arraia seja pescada em algumas regiões, esse peixe não possui grande valor comercial com finalidade alimentícia. Entretanto pode provocar certo interesse ornamental do mercado do aquarismo, inclusive internacional.
As espécies de Arraia do Brasil podem ser peixes muito emocionantes na pesca esportiva e recomenda-se a sua soltura rapidamente em todos os casos, seja na água doce ou salgada. Recomenda-se também o máximo cuidado ao andar em locais com incidência desse peixe.
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