Descubra os principais peixes amarelos de água doce e salgada encontrados no Brasil e aprenda a identificar corretamente sua captura
Se você pratica a pesca esportiva ou mesmo pesca de subsistência em rios ou no litoral brasileiro, é bem possível que já tenha fisgado algum peixe amarelo ou com coloração parcialmente amarelada e ficou em dúvida sobre qual espécie se tratava. Isso é mais comum do que se imagina, especialmente porque diversas espécies nativas apresentam tons de amarelo no corpo, nadadeiras ou listras, o que pode confundir até mesmo pescadores experientes. Saber identificar corretamente o peixe que você pescou não é apenas uma questão de curiosidade: é essencial para respeitar normas ambientais, saber se a espécie está em período de defeso e até para aprimorar suas técnicas de pesca.
Neste artigo, você vai conhecer as principais espécies de peixes amarelos que habitam as águas doces e salgadas do Brasil. São informações detalhadas que vão te ajudar a reconhecer com precisão cada uma dessas espécies, considerando características físicas, habitat, comportamento e dicas de identificação visual. Vamos mergulhar nesse universo colorido da pesca?
Espécies de Peixe amarelo de água doce
Apapá (Pellona castelnaeana)
O Apapá é um peixe característico das bacias amazônica e do rio Araguaia, sendo muito apreciado por sua esportividade. Sua coloração predominante é prateada, mas muitos exemplares apresentam um brilho dourado-amarelado, especialmente sob a luz solar. Com corpo comprimido lateralmente e nadadeiras amareladas, esse peixe pode ser confundido por pescadores menos experientes com espécies marinhas.
Ele possui uma boca voltada para cima e é muito ativo em águas movimentadas, preferindo corredeiras e bocas de igarapés. Seu salto fora da água quando fisgado é um espetáculo à parte. Embora não atinja grandes tamanhos, o Apapá pode medir até 60 cm e pesar cerca de 2 kg. Para identificá-lo com precisão, repare na linha lateral reta e nas escamas grandes e soltas, facilmente destacáveis.
Aruanã (Osteoglossum bicirrhosum)
A Aruanã é um peixe ornamental muito conhecido entre aquaristas, mas também é uma espécie selvagem com ampla distribuição em rios da Amazônia. Seu corpo alongado e esguio pode apresentar tons metálicos que variam do prateado ao dourado amarelado, especialmente em indivíduos mais maduros ou expostos a determinadas condições de luz.
Esse peixe tem como característica marcante dois longos barbilhões na mandíbula inferior e nadadeiras bem desenvolvidas. Costuma nadar próximo à superfície e pode dar saltos impressionantes para capturar presas, como insetos ou até pequenos pássaros. O Aruanã pode atingir até 1,2 metro e pesar mais de 4 kg. Se você pescou um peixe amarelo com comportamento aéreo e corpo serpentino, provavelmente se trata dessa espécie.
Dourada (Brachyplatystoma flavicans)
Com nome que remete ao dourado, a Dourada é um peixe de couro que habita principalmente os grandes rios da região Norte do Brasil. Seu corpo fusiforme, sem escamas, apresenta uma coloração que varia entre o cinza e o dourado-escuro, com reflexos amarelos muito visíveis, especialmente nas nadadeiras.
Esse peixe é um predador voraz e realiza longas migrações, sendo comum encontrá-lo em áreas profundas e com correnteza forte. Pode atingir impressionantes 1,5 metro e pesar até 40 kg. Para identificá-lo, observe a cabeça grande e achatada, o maxilar inferior proeminente e as nadadeiras peitorais bastante desenvolvidas. Apesar do nome, não deve ser confundida com o Dourado (Salminus brasiliensis), com quem compartilha o apelido, mas não a taxonomia.
Dourado (Salminus brasiliensis)
O Dourado é talvez o peixe mais icônico entre os esportistas de água doce do Brasil. Conhecido como “rei do rio”, sua coloração é predominantemente dourada-amarelada, com escamas brilhantes e nadadeiras avermelhadas. Ele é encontrado em várias bacias, incluindo Paraná, Paraguai e São Francisco.
Esse peixe apresenta corpo robusto, mandíbula forte e dentes afiados. Seu comportamento agressivo e saltos acrobáticos o tornam um desafio prazeroso para qualquer pescador. O Dourado pode ultrapassar 1 metro de comprimento e atingir até 25 kg. Se a sua captura foi de um peixe amarelo brilhante com ataque feroz à isca artificial, é quase certo que você fisgou um Dourado verdadeiro.
Tucunaré Amarelo (Cichla kelberi)
Dentre as espécies de tucunaré, o Tucunaré Amarelo é o mais comum em represas e lagos do Sudeste e Centro-Oeste. Original da bacia do Tocantins-Araguaia, foi introduzido em diversas outras regiões brasileiras. Ele apresenta coloração amarelo-dourada com três listras pretas verticais e manchas arredondadas na nadadeira caudal.
Com comportamento territorialista e predador, o Tucunaré Amarelo costuma atacar com voracidade iscas de superfície, sendo muito popular na pesca esportiva. Pode atingir até 60 cm e pesar cerca de 4 kg. Para diferenciá-lo de outras espécies, observe o padrão de listras bem definidas e o colorido intenso do corpo.
Tucunaré Pinima (Cichla pinima)
Mais raro e nativo da região Norte, o Tucunaré Pinima se destaca por suas cores vibrantes. Possui corpo amarelado com manchas pretas irregulares e traços azulados nas nadadeiras. Pode ser confundido com o Tucunaré Amarelo, mas o Pinima tem um padrão mais instável de listras e costuma atingir tamanhos maiores, ultrapassando 10 kg em algumas regiões.
Essa espécie é mais comum em rios de águas claras e habitat bem estruturado, como galhadas e pedras submersas. Sua luta na vara é intensa e prolongada. Se você pegou um tucunaré amarelo com manchas em vez de listras verticais, há grande chance de ser um Pinima.
Espécies de Peixe amarelo de mar
Olho-de-boi (Seriola lalandi)
Nas águas salgadas, o Olho-de-boi é um peixe costeiro e de mar aberto, conhecido por sua força e velocidade. Seu corpo é alongado, com coloração que varia do cinza-azulado ao dourado-amarelado, especialmente nas laterais e nadadeiras. O nome popular vem dos grandes olhos escuros com contorno prateado.
Pode ultrapassar 1,5 metro e atingir até 40 kg. Ele forma grandes cardumes e é frequentemente capturado por trolling ou jigging. Para identificá-lo, observe a cauda profundamente bifurcada e o formato hidrodinâmico do corpo.
Xaréu Amarelo (Caranx crysos)
Com distribuição ampla no litoral brasileiro, o Xaréu Amarelo é um peixe de porte médio, que pode atingir até 60 cm. Possui corpo ovalado e achatado lateralmente, com coloração amarelada, especialmente na linha lateral, opérculo e nadadeiras.
Muito rápido e resistente na briga, é um alvo comum na pesca esportiva em costões, estuários e mar aberto. Para reconhecê-lo, observe a coloração viva, o corpo compacto e a barbatana dorsal dupla.
Dourado do mar (Coryphaena hippurus)
Também conhecido como Mahi-Mahi, o Dourado do mar é um dos peixes mais coloridos dos oceanos. Possui corpo verde-azulado brilhante com laterais amareladas intensas e pintas irregulares. Muito veloz e agressivo, pode ultrapassar 1,8 metro e pesar mais de 20 kg.
É facilmente identificado pelo perfil alto da cabeça nos machos e pela coloração metálica vibrante. Sua pesca é emocionante e rende fotos espetaculares. Se você capturou um peixe com corpo amarelo fluorescente e saltos espetaculares, parabéns: é um Dourado do mar.
Pescada-amarela (Cynoscion acoupa)
Comum em manguezais, estuários e águas costeiras, a Pescada-amarela é um peixe de corpo alongado, coloração prateada com reflexos amarelados nas nadadeiras e nas bordas do corpo. Pode chegar a 1 metro de comprimento e pesar até 15 kg.
É apreciada na pesca artesanal e também na culinária, sendo um peixe nobre. Para identificá-la, observe as nadadeiras peitorais longas e a boca levemente inferior. Sua carne é branca e firme, bastante valorizada no mercado.
Conclusão
Identificar corretamente o peixe amarelo que você pescou é um conhecimento valioso que vai além da estética ou curiosidade. É uma prática essencial para garantir o manejo sustentável das espécies, evitar infrações ambientais e elevar o nível da sua pesca esportiva. Com tantas espécies de água doce e salgada com tons amarelados em comum, o segredo está nos detalhes: forma do corpo, padrão de manchas ou listras, tamanho, comportamento e habitat.
Ao aprender a reconhecer com precisão cada espécie, você se torna um pescador mais consciente, respeitoso com o meio ambiente e ainda melhora sua performance nos rios e mares do Brasil. Leve esse conhecimento para suas próximas pescarias e compartilhe com seus parceiros de pesca. Afinal, saber o que você pescou é o primeiro passo para valorizar ainda mais essa paixão.
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