Peixe de mar: 5 dicas essenciais para uma pescaria de sucesso nas praias do sul
Aprenda a capturar mais betaras, peixes-rei e outras espécies valorizadas com técnicas certeiras no litoral sul-brasileiro
Pescar no mar é mais do que um hobby — é uma experiência que combina natureza, técnica e paciência. No litoral sul do Brasil, especialmente nas praias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a pesca de praia (ou surfcasting) atrai pescadores apaixonados que buscam espécies como betara (papa-terra), peixe-rei, corvina e bagre. No entanto, não basta apenas lançar a linha na água. É preciso entender o comportamento dos peixes, a dinâmica das marés e, principalmente, aplicar as estratégias corretas para garantir bons resultados.
Ao longo das estações, o mar se transforma. E com ele, mudam também as oportunidades de captura. O inverno, por exemplo, é uma das épocas mais produtivas do ano — desde que o pescador esteja bem preparado. Utilizar as iscas certas, escolher o ponto ideal, usar os equipamentos adequados e estar atento ao clima são fatores que, juntos, definem o sucesso ou o fracasso da pescaria.
A seguir, você vai descobrir cinco dicas cruciais para tornar sua pescaria de mar muito mais eficiente e prazerosa nas praias do sul do país.
O inverno é ideal para capturar betaras e peixes-rei
Durante o inverno, as águas costeiras do sul do Brasil se tornam mais oxigenadas e frias — características que favorecem a aproximação de várias espécies com alto valor esportivo. A betara, também chamada de papa-terra, é uma das mais frequentes nesse período. Ela se alimenta com mais intensidade e costuma nadar em cardumes perto da rebentação, o que facilita sua captura. O peixe-rei, por sua vez, também é altamente ativo nos meses frios, principalmente em praias de declive suave.
Além disso, o inverno apresenta menor fluxo de banhistas e embarcações, o que reduz o distúrbio nas águas costeiras. Como resultado, os peixes se sentem mais seguros para se aproximarem da costa, facilitando o trabalho do pescador. Isso tudo, aliado à maior atividade alimentar das espécies, transforma o inverno numa verdadeira temporada de ouro para a pesca de praia no sul do Brasil.
Corrente de retorno: o melhor ponto para lançar sua isca
Saber onde lançar sua isca é tão importante quanto escolher a isca certa. E, sem dúvida, um dos melhores pontos para arremesso na pesca de praia é a corrente de retorno, também conhecida como “repuxo”. Ela é formada quando a água que avança com as ondas retorna ao mar, criando um canal mais profundo e com menor turbulência. Esses canais funcionam como rotas de passagem para os peixes em busca de alimento.
Identificar a corrente de retorno é relativamente simples: procure por trechos com coloração mais escura, onde há menos formação de espuma e onde as ondas quebram com menos força. Nessas áreas, o fundo é geralmente mais profundo e limpo, facilitando o trânsito dos peixes.
Ao lançar a isca nesses pontos, você estará posicionando seu anzol exatamente onde os peixes estão passando, aumentando consideravelmente as chances de captura. Essa leitura do mar é uma habilidade que, quando bem dominada, transforma totalmente a pescaria.
Iscas naturais de alta performance: minhoca do mar, marisco, camarão e corrupto
A qualidade da isca é um dos fatores que mais influenciam o sucesso da pescaria. E quando se trata de pesca de mar no litoral sul, algumas iscas naturais se destacam pela sua eficiência. A minhoca do mar é uma das favoritas entre os pescadores, sendo excelente para atrair betaras, peixes-rei e corvinas. Já o marisco, além de ser fácil de coletar em costões e pedras, é uma isca versátil e muito produtiva.
O camarão — seja fresco ou congelado — é uma escolha clássica e amplamente eficaz. No entanto, uma das iscas mais poderosas da pesca de praia é o corrupto (Callichirus major). Trata-se de um crustáceo escavador que vive em tocas na areia próxima à linha da maré. Pode ser coletado com bombas manuais e deve ser mantido refrigerado até o uso.
Com corpo mole, odor forte e alto valor nutricional, o corrupto é irresistível para espécies de fundo, como betaras e corvinas. Sua utilização eleva significativamente o desempenho do pescador. Portanto, ao preparar sua pescaria, invista tempo e atenção na escolha e conservação das iscas. Essa decisão pode definir se o dia será produtivo ou decepcionante.
Varas de 3,90 metros ou mais facilitam a pescaria de praia
Na pesca de mar, especialmente na praia, o alcance do arremesso é fundamental. Por isso, utilizar uma vara de no mínimo 3,90 metros é altamente recomendado. Varas longas permitem lançar a isca além da arrebentação, atingindo áreas onde os peixes estão mais ativos e longe da turbulência das ondas quebrando.
Além do alcance, essas varas também proporcionam maior controle durante a briga com o peixe e ajudam a manter a linha fora da espuma, o que melhora a sensibilidade e reduz interferências. Combine sua vara com um molinete resistente ao sal e uma linha compatível (geralmente entre 0,30 mm e 0,40 mm), e você terá um conjunto eficiente e durável.
Varas menores, embora mais fáceis de transportar, limitam a capacidade de atingir os pontos produtivos. Portanto, investir em uma vara de bom tamanho e qualidade não é luxo, mas sim uma decisão estratégica para quem leva a pesca de praia a sério.
Consulte o clima e o comportamento do mar antes de sair
Uma pescaria de sucesso começa antes mesmo de sair de casa, com a análise das condições climáticas e marítimas. Fatores como vento, maré, temperatura da água e pressão atmosférica influenciam diretamente o comportamento dos peixes. Por isso, consultar fontes confiáveis, como CPTEC/INPE, Windy ou Windguru, é uma etapa obrigatória do planejamento.
A maré enchente costuma ser mais produtiva, pois estimula a movimentação dos peixes em direção à costa. Já dias nublados ou com céu encoberto são ideais para a pesca, pois reduzem a visibilidade dos peixes, tornando-os menos cautelosos. O vento, quando moderado e constante, ajuda na oxigenação da água — mas, em excesso, pode tornar a pescaria inviável.
Ignorar essas variáveis pode significar horas perdidas na beira da praia sem uma única fisgada. Por outro lado, monitorar e entender essas condições permite que o pescador escolha o melhor local, horário e técnica para cada cenário. Pescar com informação é pescar com inteligência.
Conclusão
A pesca de mar nas praias do sul do Brasil oferece um universo de possibilidades para pescadores de todos os níveis. Mas para transformar essa experiência em capturas reais, é preciso mais do que sorte. Aproveitar o inverno como a melhor temporada para betaras e peixes-rei, identificar correntes de retorno, utilizar iscas naturais eficientes como o corrupto (Callichirus major), investir em varas longas e apropriadas, e consultar as condições climáticas e do mar são atitudes que fazem toda a diferença.
Com essas cinco dicas essenciais, sua pescaria se torna mais técnica, produtiva e prazerosa. O litoral sul brasileiro, com suas praias amplas e ricas em biodiversidade, está entre os melhores destinos do país para a pesca de praia. Cabe ao pescador estar preparado para aproveitar ao máximo cada oportunidade que o mar oferece.
Por fim, lembre-se de praticar a pesca esportiva com consciência, respeitando os tamanhos mínimos, épocas de defeso e o meio ambiente. Dessa forma, garantimos que essa paixão continue viva, sustentável e acessível às próximas gerações.
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