Lua nova é boa para pescar?
A influência da lua nova na pesca
Entre todas as fases lunares, a lua nova é uma das mais comentadas entre pescadores, especialmente no Brasil, onde a tradição da pesca artesanal e esportiva se mistura à observação dos ciclos da natureza. Nesse período, a lua não é visível no céu, já que o lado iluminado está voltado para o Sol. O que isso significa na prática? Para as águas salgadas, é o momento das marés de sizígia, com movimentos fortes e variações intensas entre maré alta e baixa. Já para as águas doces, a ausência de luminosidade noturna cria um ambiente escuro, que pode favorecer espécies noturnas ou que se beneficiam da penumbra para emboscar presas. A lua nova, portanto, é considerada por muitos pescadores uma fase “ótima” para certas espécies, mas exige adaptação e estratégias específicas.
O que acontece na lua nova
A lua nova marca o início de um novo ciclo lunar. Com o alinhamento entre Sol, Terra e Lua, surgem marés mais intensas, conhecidas como marés de sizígia. Essa movimentação arrasta grandes volumes de água, nutrientes e pequenos organismos, criando condições ideais para que peixes predadores se desloquem em busca de alimento. Ao mesmo tempo, as noites escuras tornam o ambiente mais favorável para espécies que dependem menos da visão e mais de outros sentidos, como olfato e linha lateral. Assim, a lua nova une dois fatores importantes: correnteza forte no mar e maior segurança para caçadas discretas em águas interiores.
Lua nova e a pesca no mar
No mar, a lua nova é considerada uma das melhores fases para pesca. Correntes fortes e intensas movimentam nutrientes, crustáceos e pequenos cardumes, atraindo predadores como robalo, corvina, papa-terra, burriquete e arraias. Para o pescador, esse cenário significa mais oportunidades, mas também desafios. O uso de chumbadas reforçadas é necessário para manter a isca no ponto em águas agitadas. Além disso, as pescarias noturnas se tornam mais eficientes, já que a ausência de luz reduz a desconfiança dos peixes. Estuários, manguezais e praias tornam-se áreas estratégicas durante a lua nova.
Robalo: predador em alta
O robalo responde muito bem às marés da lua nova. Correntes fortes aumentam sua atividade, já que pequenas presas ficam mais vulneráveis ao serem arrastadas. Locais de deságue de rios, canais estreitos e estruturas artificiais tornam-se pontos privilegiados. Iscas de meia-água, jerkbaits e soft baits são especialmente eficazes. Como a noite é mais escura, o robalo tende a confiar mais em ataques de emboscada, permitindo apresentações discretas sem necessidade de exagerar em cores vibrantes. Para o pescador esportivo, essa é uma das melhores fases para buscar exemplares de grande porte.
Corvina, papa-terra e burriquete: beneficiados pela maré viva
Corvinas, papas-terra e burriquetes são espécies que aproveitam diretamente o arraste provocado pelas marés de sizígia. Durante a lua nova, sua atividade aumenta, já que há abundância de alimento em suspensão. O pescador deve apostar em iscas naturais, como camarão fresco, corrupto e minhoca-do-mar. Equipamentos com sensibilidade permitem detectar toques rápidos, típicos dessas espécies. Praias e canais fundos rendem boas capturas, principalmente durante os primeiros momentos da enchente e da vazante, quando o fluxo de água é mais intenso e os peixes estão mais concentrados.
Espécies de água doce na lua nova
Nos rios, açudes e represas, a lua nova apresenta influência distinta. A ausência total de luminosidade cria noites escuras, favorecendo peixes que caçam pela linha lateral ou olfato. Jundiás, mandis e pintados, por exemplo, tornam-se ainda mais ativos. Já predadores visuais, como traíras e tucunarés, reduzem um pouco sua atividade noturna, mas mantêm ataques certeiros ao amanhecer e ao entardecer. Espécies onívoras, como carpas, pacus e piavas, também aproveitam a menor luminosidade para explorar áreas rasas com mais segurança, aumentando a produtividade do pescador que aposta em iscas vegetais.
Traíra: cautela em noites escuras
A traíra continua sendo uma excelente opção na lua nova, mas o pescador precisa adaptar a estratégia. Como há menos luz, a atividade noturna diminui, favorecendo horários de transição, como o alvorecer e o pôr do sol. Iscas de superfície funcionam bem nesses momentos, enquanto softs escuros e jigs discretos são ideais em locais de baixa visibilidade. A traíra continua agressiva, mas a ausência de luz faz com que se torne ainda mais dependente de movimentos bem apresentados pelo pescador.
Jundiá, mandi e pintado: fase de ouro
Para peixes de couro, a lua nova é considerada uma das melhores fases. A escuridão da noite deixa esses predadores mais confiantes, aumentando o deslocamento em busca de alimento. O pescador pode explorar canais, margens profundas e desembocaduras de rios com iscas naturais, como minhocuçus, tuviras e pequenos peixes. A atividade é intensa durante toda a noite, especialmente em águas levemente turvas. Nessa fase, grandes exemplares podem ser capturados com mais frequência.
Carpas, pacus e piavas: segurança nas margens
Essas espécies onívoras aproveitam a lua nova para forragear em águas rasas, já que a escuridão oferece segurança contra predadores. O pescador deve apostar em iscas vegetais — milho, massa e frutas — lançadas em pontos próximos a vegetação e galhadas. Açudes e represas são locais ideais nessa fase, já que as carpas e pacus exploram a borda em busca de alimento. A lua nova cria condições favoráveis para capturar peixes de médio porte com maior regularidade.
Tucunaré: aproveitando o amanhecer
O tucunaré, predador visual, reduz sua atividade em noites escuras. Entretanto, o amanhecer e o pôr do sol continuam sendo momentos de grande produtividade. Nessas janelas, o contraste da luz natural ajuda o peixe a atacar com agressividade. Iscas de meia-água e jerkbaits suspending são eficazes em áreas de estrutura. Durante o dia, a lua nova praticamente não altera o comportamento da espécie, permitindo pescarias produtivas em lagoas e represas.
Quadro comparativo simplificado
Espécie (Brasil) | Água | Influência da lua nova | Melhor horário de pesca |
---|---|---|---|
Robalo | Mar | Muito ativo com maré viva | Início da enchente/vazante |
Corvina, papa-terra, burriquete | Mar | Intensificam atividade | Primeiras horas da maré |
Arraia | Mar | Movimenta-se bem em correntes fortes | Maré cheia e início da vazante |
Traíra | Doce | Mais agressiva ao amanhecer | Alvorecer e pôr do sol |
Jundiá, mandi, pintado | Doce | Atividade noturna intensa | Noite inteira |
Carpas, pacus, piavas | Doce | Mais confiantes em áreas rasas | Noites escuras e manhãs calmas |
Tucunaré | Doce | Menos ativo à noite, forte no amanhecer | Amanhecer e entardecer |
Conclusão
A lua nova é boa para pescar? Sim, e em muitos casos é considerada uma das melhores fases. No mar, as marés vivas aumentam a movimentação, trazendo cardumes e predadores para áreas acessíveis. Em águas doces, a escuridão favorece peixes de couro, como jundiás e pintados, ao mesmo tempo em que valoriza horários de transição para traíras e tucunarés. Carpas, pacus e piavas também aproveitam a segurança noturna para forragear. Assim, a lua nova combina intensidade e oportunidades, exigindo apenas que o pescador ajuste suas estratégias ao tipo de peixe e ambiente. Com planejamento e leitura do local, essa fase pode render capturas memoráveis em todo o Brasil.
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