Cobra Urutu-cruzeiro (Bothrops alternatus): tudo sobre essa espécie de jararaca 5/5 (1)

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Uma das serpentes mais emblemáticas do sul do Brasil

O urutu-cruzeiro, cientificamente conhecido como Bothrops alternatus, é uma serpente peçonhenta amplamente distribuída na América do Sul, especialmente presente no sul do Brasil, incluindo o Rio Grande do Sul. Comumente encontrada em áreas úmidas e próximas a corpos d’água, essa espécie é de particular interesse para pescadores e moradores rurais devido à sua presença frequente em habitats aquáticos.

Este artigo oferece uma visão abrangente sobre o urutu-cruzeiro, abordando sua morfologia, comportamento, habitat, reprodução, veneno e a relação com atividades como a pesca.


Características morfológicas e identificação

O urutu-cruzeiro é uma serpente robusta, com comprimento médio variando entre 80 e 120 cm, podendo atingir até 170 cm em exemplares maiores. Apresenta coloração variável, geralmente em tons de marrom, cinza ou oliva, com manchas dorsolaterais escuras em forma de ferradura ou cruz, características que originam seu nome popular.

A cabeça é triangular e bem distinta do pescoço, com escamas fortemente quilhadas e olhos com pupilas verticais, típicas das víboras. Possui fossetas loreais entre os olhos e as narinas, que funcionam como sensores térmicos para detectar presas de sangue quente.

cobra urutu-cruzeiro cabeça do animal

Habitat e distribuição geográfica

A espécie Bothrops alternatus é encontrada em diversas regiões da América do Sul, incluindo o sudeste do Brasil, Paraguai, Uruguai e norte da Argentina. No Brasil, é especialmente comum nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Prefere habitats úmidos, como florestas tropicais e subtropicais, áreas pantanosas, margens de rios e zonas ripárias. É frequentemente observada em plantações de cana-de-açúcar e áreas agrícolas, onde encontra abundância de presas como roedores e anfíbios.


Comportamento e dieta

O urutu-cruzeiro é uma serpente terrestre e predominantemente noturna, embora possa ser ativa durante o dia em ambientes mais sombreados. Alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos, como roedores, além de anfíbios e, ocasionalmente, aves.

Utiliza suas fossetas loreais para detectar o calor emitido pelas presas, permitindo ataques precisos mesmo em ambientes de baixa luminosidade. Após a mordida, injeta veneno que imobiliza a presa, facilitando a ingestão.


Reprodução e ciclo de vida

A reprodução do Bothrops alternatus é ovovivípara, ou seja, os embriões se desenvolvem dentro de ovos retidos no corpo da fêmea até o nascimento. O período reprodutivo ocorre entre setembro e outubro, com partos registrados de fevereiro a agosto.

As fêmeas dão à luz de 5 a 20 filhotes, que já nascem completamente formados e independentes. O ciclo reprodutivo apresenta sazonalidade, com acúmulo de esperma pelas fêmeas durante o período de acasalamento e armazenamento até o momento da fertilização.


Veneno e impacto em humanos

O veneno do urutu-cruzeiro é altamente tóxico, composto por uma mistura de enzimas que causam efeitos locais e sistêmicos. Os sintomas incluem dor intensa, inchaço, necrose dos tecidos, hemorragias e distúrbios de coagulação.

Embora a taxa de mortalidade seja relativamente baixa (cerca de 2% dos casos), as complicações podem ser graves, exigindo atendimento médico imediato e administração de soro antiofídico específico. A gravidade dos sintomas depende da quantidade de veneno injetada, da localização da mordida e do tempo decorrido até o tratamento.


Relação com a atividade da pesca

Para pescadores, especialmente no Rio Grande do Sul, o urutu-cruzeiro representa um risco considerável devido à sua presença em áreas úmidas e margens de rios, locais frequentemente utilizados para a pesca. A camuflagem eficaz da serpente entre a vegetação e o solo torna difícil sua detecção, aumentando o risco de encontros acidentais.

É fundamental que pescadores estejam atentos ao ambiente, utilizem calçados adequados e evitem caminhar descalços ou com pouca proteção em áreas de vegetação densa. Em caso de mordida, a vítima deve ser mantida calma, imobilizada e encaminhada imediatamente ao serviço médico mais próximo para tratamento adequado.


Conclusão

O urutu-cruzeiro (Bothrops alternatus) é uma serpente de grande importância ecológica e médica nas regiões onde ocorre. Sua presença em habitats úmidos e sua dieta composta por pequenos vertebrados contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas. No entanto, devido à sua peçonha potente e à proximidade com áreas habitadas e utilizadas para atividades como a pesca, representa um risco que não pode ser ignorado.

A conscientização sobre suas características, comportamento e medidas preventivas é essencial para reduzir o número de acidentes e promover a convivência segura entre humanos e essa espécie nativa.

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